quinta-feira, 11 de novembro de 2010

NARRAÇÃO



Narrar é  falar sobre fato. É contar. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios, acontecimentos, ou seja, é uma sequência de acontecimentos. começo, meio e fim.
A narração é eminentemente dinâmica. Nela predominam os verbos.
A essência da ficção é a narrativa, respondendo a várias perguntas:

  1. Quem participa nos acontecimentos? ( personagens)
  2. O que aconteceu? (fato, enredo)
  3. Onde e em que circunstâncias acontece? (o lugar dos fatos, ambiente e situação)

No texto narrativo, o fato é o núcleo da ação, e o verbo o elemento valioso por excelência. Ao escrevermos uma narração, é importante que uma só situação a centralize e envolva as personagens. É importante a criatividade.
É fundamental lembrar que a narrativa pode ser curta ou longa; ter dialogo ou não (o diálogo torna a narrativa mais dinâmica); ser real ou fictícia; séria ou engraçada.

                   A raposa e as uvas

Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça.
A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las.
Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:
- Estão verdes . . .

É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.
La Fontaine

      No bar, após receber o pedido, o cliente reclama:
      - Garçom, tá faltando uma “patinha” no meu caranguejo.
      E o garcom tenta explicar:
      - Meu senhor, no fundo do mar, na luta pela conquista das fêmeas, dois caranguejos geralmente entram em luta e o resultado é que o perdedor pode acabar sem uma das partes de seu corpo.
      O cliente retruca:
      - Entendi! Então, por favor, me traz o caranguejo que ganhou a briga!!

Foco narrativo

Quando o narrador participa do enredo, é personagem atuante, diz-se que é narrador-personagem. Isso constitui o foco narrativo em primeira pessoa.
Chamamos de narrador-observador ao que serve de intermediário entre o episodio e o leitor – é o foco narrativo em terceira pessoa.

Formas do discurso

  1. Discurso direto: constitui a técnica do dialogo. É a personagem em atividade, falando. Observa-se a precedência de dois-pontos e inicia-se com um travessão.

                      Juquinha - o beijoqueiro 
      Vocês conhecem o Juquinha? Ele não é como o Maluquinho, não. É um moleque impertinente mesmo. Um dia, ele estava no parque, tentando agarrar uma menina bonitinha. E dizia: 
      - Me dá um beijinho. Me dá um beijinho! 
      E a menina: 
      - Não dou, não dou, não dou! 
      Mas o Juquinha não largava o braço da menina. 
      - Para! Eu vou chamar a minha mãe. 
      E o Juquinha: 
      - Não vale! Dela, eu não quero beijo.

  1. Discurso indireto: caracteriza-se pelo emprego da subordinação sintática, impedindo a fala da personagem.
"Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que havia sonhado que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria. Dona Abigail consciente de seus afazeres de dona-de-casa vivia constantemente atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros gêneros, quase todos alimentícios. Ainda bêbado de sono o marido esticou o braço e apanhou a carteira sobre a mesinha de cabeceira: 'Quanto é que você quer?'"
NOVAES, Carlos Eduardo. O sonho do feijão.




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